Conforme Libâneo (1994), as tendências de cunho progressista surgem com propostas pedagógicas voltadas para os interesses da maioria da população e ganharam maior força no Brasil por volta dos anos 80. Essas teorias também são denominadas de teorias críticas da educação.
Pedagogia Libertadora- No início dos anos 60, surgiram movimentos de educação de adultos que geraram ideias pedagógicas e práticas educacionais de educação popular, configurando a tendência que veio a se denominar de pedagogia libertadora.
A atividade escolar nessa perspectiva pedagógica é centrada na discussão de temas sociais e políticos; na realidade social, em que o professor e alunos analisam problemas e realidades do meio sócio-econômico e cultural, da comunidade local, com seus recursos e necessidades, tendo em vista a ação coletiva frente a esses problemas e realidades.
O trabalho escolar não prioriza os conteúdos de ensino já sistematizados, mas o processo de participação ativa nas discussões e nas ações práticas sobre questões da realidade imediata. É uma didática que busca desenvolver o processo educativo como tarefa que se dá no interior dos grupos sociais e por isso o professor é coordenador ou animador das atividades que se organizam sempre pela ação conjunta dele e dos seus alunos.
A Pedagogia libertadora empregada com muito êxito em vários setores dos movimentos sociais, como sindicatos, associações de bairros e comunidades religiosas.
Pedagogia Crítico-social dos Conteúdos- Para essa tendência pedagógica a escola pública cumpre a função social e política de assegurar a difusão dos conhecimentos sistemáticos a todos, como condição para efetiva participação do povo nas lutas sociais. Do ponto de vista didático, o ensino consiste na mediação de objetivos-conteúdos-métodos que assegure o encontro formativo entre alunos e as matérias escolares, que é fator decisivo da aprendizagem.
A Pedagogia Crítico-social dos Conteúdos atribui grande importância a didática, cujo objetivo de estudo é o processo de ensino e suas relações e ligações com a aprendizagem. Os conhecimentos teóricos e práticos da didática medeiam os vínculos entre o pedagógico e a docência; fazem a ligação o “para que” (opção político-pedagógica) e o “como” da ação educativa escolar (a prática docente).
Essa abordagem pedagógica toma como partido os interesses majoritários da sociedade, atribuindo à instrução e ao ensino o papel de proporcionar aos alunos o domínio de conteúdos científicos, os métodos de estudos e, habilidades e hábitos de raciocínio científico, de modo a irem formando a consciência crítica face às realidades sociais e capacitando-os a assumir no conjunto das lutas sociais a sua condição de agentes ativos de transformação da sociedade e de si próprios.
Referência:
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994. (Coleção Magistério 2º grau- Série formação do professor)
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