O francês Henri Wallon (1879-1962), em sua teoria pedagógica diz que o desenvolvimento intelectual envolve muito mais que um simples cérebro e abalou convicções numa época em que memória e erudição eram o máximo em termos de construção do conhecimento.
Wallon foi o primeiro a levar não só o corpo da criança, mas também suas emoções para dentro da sala de aula. Fundamentou suas ideias em quatro elementos básicos de comunicação: a afetividade, o movimento, a inteligência e a formação do eu da pessoa.
Na concepção de Wallon, as emoções têm um papel preponderante no desenvolvimento da pessoa. Entende que é por meio delas que o aluno exterioriza seus desejos e suas vontades.
Segundo a teoria de Wallon, as emoções dependem fundamentalmente da organização dos espaços para se manifestarem. A motricidade, portanto, tem caráter pedagógico tanto pela qualidade do gesto e do movimento quanto por sua representação.
No tocante a inteligência, os estudos realizados por Wallon com crianças de 6 e 9 anos, mostram que o desenvolvimento da inteligência depende essencialmente de como cada uma faz as diferenciações com a realidade exterior. Primeiro porque, ao mesmo tempo, suas ideias são lineares e se misturam – ocasionando um conflito permanente entre os dois mundos, o interior povoado de sonhos e fantasias, e o real, cheio de símbolos, códigos e valores sociais e culturais.
A construção do eu na teoria de Wallon depende essencialmente do outro. Seja para ser referência, seja para ser negado. Principalmente a partir do instante em que a criança começa a viver a chamada crise de oposição, em que a negação do outro funciona como uma espécie de instrumento de descoberta de si própria, o que ocorre por volta dos 3 anos de idade.
Síntese extraída da Revista Nova Escola. Compilação dos volumes 1 e 2 dos grandes pensadores. Ed. Especial, nº 25. Editora Abril. Julho 2009.
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