O Professor é o
profissional da reconstrução do conhecimento tendo como prática educativa a
pesquisa. O professor já não é mais o indivíduo habilitado apenas em dar aulas,
pois ministrar aulas não representa mais tática fundamental de aprendizagem. O
educador atualizado é aquele que não só executa com competência sua profissão,
mas que corre em busca de renovação. Nós educadores sabemos que os nossos
conhecimentos são enriquecidos, partindo do que já conhecemos. A tarefa
fundamental é, portanto socializar conhecimento, disseminando informações e
culturas, não só transmitindo, mas reconstruindo. A aprendizagem é sempre
acontecimento de reconstrução social e política, e não é só reprodutivista,
pois temos o compromisso de fazer o aluno aprender através do conhecimento e da
prática.
A melhor maneira
de fazer com que isso aconteça é através da interdisciplinaridade, que deve ir
além da simples justaposição de disciplinas, ao interagimos em busca de
objetivos comuns. Devemos através do trabalho pedagógico arrolar as disciplinas
em atividades ou projetos de estudo, projetos de pesquisa e ação. A
interdisciplinaridade poderá ser uma prática pedagógica e didática eficaz ao
cultivarmos um diálogo constante de questionamento, de aprovação, de
indeferimento, de acréscimo, e de transparência de percalços não apontados. Na
interdisciplinaridade os alunos aprendem a visão do mesmo objeto sob prismas
distintos.
A prática da
interdisciplinaridade possui uma linha de trabalho integradora que pode agregar
um objeto de conhecimento, um projeto de investigação, um plano de intervenção.
Quando problematizamos uma situação, o problema causador do projeto, pode ser
uma experiência, um desencadeamento de ação para interferir na realidade. Devemos
nos conscientizar que o projeto é interdisciplinar em sua compreensão,
cumprimento e avaliação.
A
interdisciplinaridade envolve a contextualização do conhecimento, que mantém
uma relação fundamental entre o sujeito que aprende e o componente a ser aprendido,
evocando fatos da vida pessoal, social e cultural, principalmente o trabalho e
a cidadania. Quando os alunos participam da tomada de decisão a respeito de um
tema ou de um projeto, é possível que constituam relações entre os novos
conteúdos e os conhecimentos que já possuem, conseguindo aprendizagens mais
significativas, comparando, criticando, sugerindo ajustes, novas relações e
organizações, abrindo portas para a interferência em uma realidade,
desencadeamento novas ações e, construindo um compromisso com uma cidadania
ativa.
Na verdade, a
nossa prática pedagógica tradicional levou-nos a tratar os acontecimentos da
realidade social de forma fragmentada e desvinculada das experiências
significativas do educando, não dando o real valor aos contextos culturais,
sociais, políticos econômicos e pessoais. Há necessidade de se trabalhar a
abordagem contextualizada fundamentada no ponto de vista globalizador, buscando
a operacionalização através do aprendizado da interdisciplinaridade. Ao
adotarmos o exercício interdisciplinar na escola, envolvemos todos os
educadores de diferentes formações e conseguimos envolver os temas transversais
às disciplinas. Só assim professores e alunos compartilham o aprendizado e
constroem juntos os conhecimentos.
Referência:
PERRENOUD, Construir competências desde a escola.
Autora: Amélia
Hamze - Educadora e Professora UNIFEB/CETEC e FISO - Barretos
Colunista
Brasil Escola
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