ESTUDANDO AS FESTAS JUNINAS
IDENTIFICAÇÃO
Público Alvo – Ensino Fundamental – 4º e 5º Anos
INTRODUÇÃO
A Festa Junina é
uma excelente oportunidade de engajar diversas atividades interdisciplinares e
ampliar o universo linguístico, pois se constitui uma temática rica onde podem
ser explorados: a cultura e tradições brasileiras, vários tipos de linguagens, o
resgate de brincadeiras, culinária típica, dentre outros aspectos.
OBJETIVOS
DO
PROFESSOR
Proporcionar
aos alunos ampliação do conhecimento sobre a cultura brasileira quanto às
tradições das festas juninas.
PARA OS ALUNOS
Conhecer a origem das Festas
Juninas e suas várias tradições;
Identificar as características
das festas no nordeste brasileiro;
Exercitar a criatividade e imaginação através de atividades artísticas
relacionadas ao tema;
Ampliar a leitura,
oralidade, escrita e expressão corporal;
CONTEÚDOS
LÍNGUA PORTUGUESA: Leitura de
textos juninos; exposição oral sobre as tradições juninas; produções textuais;
MATEMÁTICA: Resolução de
problemas, construção de tabelas e gráficos envolvendo o contexto junino;
CIÊNCIAS/HISTÓRIA/GEOGRAFIA:
Origem das festas juninas; Alimentação (a cultura do milho - comidas típicas); Fogueiras,
fogos e seus malefícios ao meio ambiente;
ENSINO RELIGIOSO: Historia dos
santos juninos; Tradições dos padrinhos de fogueira;
ARTE: Danças típicas;
colagens, pinturas e dobraduras dos símbolos juninos.
EDUCAÇÃO FÍSICA: Jogos e
brincadeiras juninas.
PROCEDIMENTOS
E SUGESTÃO DE ATIVIDADES
Levantamento de conhecimento
prévio (questões relacionadas a cada momento de aprendizagem);
Leituras diversificadas (texto
informativo, letras de músicas; receitas);
Interpretação e produções
textuais (resumos de estudos, desenhos, leitura de imagens, etc.);
Pesquisa (origem das festas
juninas, santos juninos, comidas típicas, etc...);
Resolução de problemas
(voltados ao universo das festas – vendas de fogos, comidas, bilhetes juninos,
etc.);
Criação de tabelas e gráficos (o que mais gostam nas festas? Comida
favorita? etc.);
Contextualização e dramatizações de músicas (quadrilha matuta);
decoração da sala de aula com símbolos juninos; brincadeiras juninas (soltar
balão, brincar com fogos, cantigas de roda).
PRODUTO FINAL
Evento Junino – com quadrilha
junina, comidas e exposição das produções dos alunos.
RECURSOS
Humanos, didáticos, audiovisuais.
AVALIAÇÃO
Observação diária do
entendimento dos alunos quanto aos aspectos conceituais, procedimentais e
atitudinais no contexto das festividades juninas.
ANEXOS - TEXTOS PARA FUNDAMENTAÇÃO
FESTAS JUNINAS:
SEUS SÍMBOLOS E TRADIÇÕES
Fogueira, bebidas quentes, comidas deliciosas, música, dança e muita
animação. Difícil quem não goste de uma boa festa junina. A diversão rola solta
e, normalmente, não tem hora para acabar! Muita gente espera ansiosa pelo
começo de junho que é quando essas comemorações realmente aparecem por todas as
partes.
Mas você acha que as festas juninas são originárias do Brasil? Aliás,
indo mais a fundo, você sabe como elas surgiram? Você tem noção da história por
trás dos itens que compõem essas grandes farras que muitos de nós gostamos de
participar? Conheça alguns fatos possivelmente desconhecidos e entenda por que
essa é uma das festas mais queridas.
A história
As festas juninas são mais antigas do que todo mundo pensa! Elas
surgiram na Antiga Europa, há centenas de anos. As festas aconteciam durante o
solstício de verão para comemorar o início da colheita — por isso tanta comida
e bebida — e eram organizadas pelos celtas, egípcios e outros povos. Uma das
deusas homenageadas era Juno, esposa de Júpiter, e as festas eram chamadas de
“Junônias”. Celebração do solstício de verão em Årsnäs, na Suécia.
O catolicismo passou a ganhar cada vez mais fiéis na Europa e a data
coincidia com o nascimento de João Batista, primo de Jesus Cristo. A Igreja
Católica cristianizou a data, instituindo homenagens aos três santos do mês. As
comemorações passaram a se chamar de “joaninas” (por causa de João) e os
primeiros países a comemorá-las foram Portugal, Itália, França e Espanha — e
até hoje elas são muito importantes no Norte da Europa.
Não se sabe se o nome “junina” é uma adaptação que veio com o tempo ou
se mudou porque a festa é comemorada no mês de junho. Cada um dos países deu o
seu toque à festa que conhecemos hoje em dia. Da França veio a dança, de
Portugal e da Espanha veio a dança com fitas, entre outras culturas que foram
se popularizando.
Na França, a dança quadrille que deu
origem à nossa Quadrilha.
A vinda para o Brasil
Como é de se imaginar, a festa junina
foi trazida para o Brasil pelos portugueses durante o período colonial. Por
coincidência, os índios que habitavam o nosso país realizavam rituais nessa
mesma época de junho para celebrar a agricultura e, com a vinda dos jesuítas,
as festas se fundiram e os pratos passaram a utilizar alimentos nativos, como
mandioca e milho.
Tradicionais
Festas Juninas Brasileiras
As festas juninas acontecem em todo
canto do país, mas podem ser divididas em dois tipos distintos: aquelas que
acontecem na Região Nordeste e aquelas do Brasil caipira (inspiradas nos
Estados de São Paulo, região norte do Paraná, região sul de Minas Gerais e
Goiás). Elas possuem diferenças e costumes bem diferentes.
As mais tradicionais acontecem em Campina Grande (PB) e Caruaru (PE) e
existe uma pequena rivalidade entre os dois Estados para ver qual delas é a
melhor. Na Paraíba, a festa é conhecida como Forródromo que, como o nome
sugere, é regada a muito forró. Entre as principais atrações está um desfile de
jegues.
Festa junina em Campina Grande/PB
Já Pernambuco tem a Vila do Forró, que é uma réplica de uma pequena
cidade do sertão pernambucano. É possível fazer uma viagem até Recife pelo Trem
do Forró onde cantadores regionais, sanfoneiros e artistas de todos os tipos
transitam por entre os vagões, alegrando o público e ganhando um dinheirinho
extra nessa época do ano.
As festas do Brasil caipira são realizadas em quermesses com danças de
quadrinha em torno da fogueira e, como não pode deixar de ser, com muita música
caipira. Em todos os lugares, as mulheres usam vestidos coloridos de chita e os
homens vestem camisa quadriculada e calças remendadas com tecidos também cheios
de cores.
Os três
santos
Santo
Antônio é o primeiro dos santos a ser homenageado no mês. Sua festa é
comemorada no dia 13 de junho e ele é conhecido como o santo casamenteiro, já
que ajudava as moças do século XII a conseguir o dote para realizar o tão
sonhado casamento. Diversas simpatias são realizadas por mulheres que querem um
namorado, noivo ou marido.
O dia de São João é o
mais esperado de todos eles. A festa é realizada no dia 24 de junho e, nesse
dia, existem muitas festas pelo Brasil, principalmente no Nordeste. João era
filho de Isabel, prima de Maria (mãe de Jesus). Segundo a Igreja Católica, foi
ele quem preparou a vinda de Cristo e batizou-o no rio Jordão.
O último santo do mês é São
Pedro. Ele era um dos pescadores discípulos de Jesus e também conhecido
como o fundador da Igreja Católica. O catolicismo prega que é Pedro quem tem as
chaves do céu. Sua festa é comemorada no final do mês de junho, no dia 29. Com
ele, encerram-se as festividades desse mês tão celebrado.
Cai-cai balão
A tradição de soltar balões tem dois significados. Uns dizem que essa
prática era usada para avisar que a festa iria começar. Eram soltos de cinco a
sete balões para que as pessoas soubessem do início das comemorações. Os mais
supersticiosos acreditam que os balões levavam os pedidos para os santos até o
céu.
Porém, hoje em dia, eles não são muito comuns, já que soltar balões é
proibido em muitos países, inclusive no Brasil. Isso vigora desde 1965, de
acordo com o artigo 26 do Código Florestal, porque pode causar incêndios e
mortes. Também está no artigo 28 da Lei das Contravenções Penais de 1941. Quem
for pego soltando balões pode ir para a cadeia.
Pula a fogueira iá iá
Assim como a maioria dos elementos de uma festa junina, existem dois
significados para a famosa fogueira. Nas festas pagãs e indígenas, elas eram
feitas para espantar os maus espíritos. Já na tradição cristã, ela tem uma
explicação: Isabel teria dito à Maria (mãe de Jesus) que acenderia uma fogueira
para avisá-la do nascimento de seu filho (João). Maria viu as chamas de longe e
foi visitar a criança que tinha acabado de nascer.
Hoje, por questão de segurança, elas também só são feitas em poucas
cidades do interior, já que também não são permitidas nas grandes quermesses
para que se evite incêndios e acidentes causados pelas chamas. Mas o símbolo
está sempre presente quando pensamos nas festas juninas.
Olha a cobra! É mentira!
A quadrilha é outra coisa que não pode faltar em uma festa junina. Seu
nome vem de uma dança de salão francesa para quatro pares, a quadrille. Com a
vinda para o Brasil, a quadrilha se popularizou e se fundiu com as danças
brasileiras que já existiam por aqui, dando origem ao que conhecemos hoje em
dia.
No entanto, nos dias de hoje, ela não é dançada por populares, como era
antes. Ela é vista como uma atitude teatral e meramente festiva com um ideal
folclórico e até mesmo acadêmico. O grupo composto por pares vestidos de
caipira é aberto por um noivo e uma noiva, encenando um casamento fictício.
No Nordeste, o forró é, talvez, o ritmo mais requisitado para as festas
juninas, seguido pelo baião, xote, reisado, o samba de coco e outras cantigas
típicas. O sanfoneiro pernambucano Luiz Gonzaga é o mais famoso músico das
festas juninas.
Elas também recebem nomes diferentes de acordo com o lugar. Em São
Paulo, é conhecida como “quadrilha caipira”. No Brasil central, como “saruê”.
Na Bahia, “baile sifilítico”. No Rio de Janeiro, ela chega como “mana-chica”.
Em Sergipe, é simplesmente “quadrilha”. E segue outras variações dependendo do
Estado.
Promessas e simpatias
Santo
Antônio de cabeça para baixo dentro d’água
Simpatias e promessas para os santos são comuns em todas as épocas do
ano, mas, para os três santos homenageados em junho, agora é a hora,
principalmente para Santo Antônio, já que ele é considerado o santo
casamenteiro e as moças que procuram um namorado, noivo ou marido se apressam
para ter tudo pronto no dia 13.
Existem várias simpatias, como colocar uma imagem de Santo Antônio de
cabeça para baixo atrás da porta, dentro do poço ou até mesmo em um copo d’água
(isso costuma variar entre as pessoas) e só tirá-la de lá quando o pedido é
atendido. Até mesmo tirar o Menino Jesus do colo do santo e só devolvê-lo
quando o namorado chegar. Algumas estátuas já são vendidas com as imagens
podendo ser separadas exatamente com esse intuito.
Tirando o fato do compromisso amoroso, o catolicismo também conta com o
“pãozinho de Santo Antônio”. Os frades distribuem um pão bento para as pessoas
— que deve ser deixado junto aos outros alimentos para não faltar o que comer —
e, em troca, os fiéis deixam suas ofertas para o santo. Comida não falta
durante o ano inteiro.
A parte mais esperada — os comes e bebes
Delícias juninas
Difícil não ficar com fome em uma festa junina. Milho cozido (ou
assado), pipoca, bolo de fubá cremoso (ou de milho), maçã do amor,
pé-de-moleque, vinho quente, quentão, arroz-doce, canjica, chá de amendoim e
muitas outras delícias (normalmente quentinhas, porque essa época do ano é bem
fria) são a alma da festa.
Reparou que muitas comidas são derivadas do milho verde? Isso se deve ao
fato de que junho é a época propícia para a colheita do alimento e essa
tradição está presente nas festas juninas desde que ela chegou ao Brasil.
Outros grãos — como o amendoim — e raízes — como a mandioca — também marcam presença
nas comemorações de junho.
Agora que você conheceu um pouquinho mais sobre as festividades do mês
de junho, que tal aproveitar o finalzinho do mês e se jogar de cabeça em
diversas festas juninas que acontecem pelo Brasil afora? Se você já foi, com
certeza vai querer voltar. Se ainda não foi, o que está esperando? Chame os
amigos e divirta-se!
Nenhum comentário:
Postar um comentário